Devolutivas das atividades por e-mail para albinomoreira@professor.educacao.sp.gov.br
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- As atividades podem ser digitadas ou escritas à caneta. Data de Entrega:08/03/21
O Renascimento comercial e urbano na Idade Média e como isso foi decisivo para o aparecimento da burguesia.
A partir do século XI, já no chamado período da Baixa Idade Média (uma das subdivisões da Idade Média), houve um determinado avanço tecnológico no âmbito do trabalho nos feudos, isto é, no trabalho realizado nas terras pertencentes ao senhor feudal. A implementação da charrua (um tipo de arado mais sofisticado do que o arado comum) e o aperfeiçoamento do moinho hidráulico ampliaram a capacidade de produção agrícola da época. Além disso, os camponeses passaram a ter um maior cuidado com a rotação das culturas (técnica agrícola usada para não empobrecer o solo), contribuindo assim para um melhor tratamento do solo e, consequentemente, uma maior produtividade, o que possibilitou o crescimento populacional.
Paralelamente a essas transformações no campo, muitos comerciantes e artesãos que habitavam os burgos (fortalezas que haviam sido construídas séculos antes com função militar estratégica) passaram a conquistar autonomia em virtude da intensa movimentação comercial que proporcionavam. O fluxo de mercadorias entre os “burgueses” (habitantes dos burgos) e os camponeses acabou por desencadear o que hoje se denomina Renascimento comercial e urbano da Idade Média.
Nos feudos dessa época, as relações de dependência entre o senhor e o vassalo começaram a transformar-se também. Algumas obrigações foram abolidas e, a partir do século XII, os camponeses passaram a exigir pagamento em dinheiro pelo trabalho e exigiam parte do excedente agrícola (aquilo que era produzido além do necessário para o consumo). Além disso, muitos camponeses abandonavam o trabalho rural e seguiam para os burgos, onde desenvolviam habilidades artesanais ou manufatureiras.
Os burgos, pouco a pouco, transformaram-se em grandes centros demográficos (isto é, lugares de grande concentração de pessoas), o que exigia transformações nas estruturas de habitação para atender tamanha demanda. O intenso fluxo de pessoas aumentava também a demanda por produtos como utensílios domésticos, itens de vestuário e equipamentos para o trabalho e para a guerra. Tudo isso impulsionava o desenvolvimento da manufatura. O trabalho manufatureiro consistia na transformação das matérias-primas em bens. Por exemplo, um ferreiro que habitava um burgo medieval encarregava-se de transformar o ferro em bens de uso militar, como espadas e lanças.
O impulsionamento da manufatura levou ao aparecimento das corporações de ofício. Essas corporações tinham dois objetivos principais: 1) a organização do trabalho nos burgos e distribuição de produtos e 2) a transmissão da técnica aplicada a cada ofício. Cada mestre da corporação encarregava-se de transmitir aos seus aprendizes o ofício no qual havia se especializado.
O desenvolvimento comercial e urbano na Baixa Idade Média possibilitou um grande enriquecimento dos burgueses também, fato que provocou dois conflitos característicos: 1) o confronto com os senhores feudais, que mantinham um modelo econômico completamente incompatível com o dos burgueses, e 2) a questão da usura (lucro sobre o tempo de empréstimo de determinada quantia).
O Renascimento Cultural foi um movimento laico (não eclesial), racional e científico ocorrido na Europa entre os séculos XIV e XVI, que influenciou profundamente o mundo ocidental
A importância do Renascimento se deu principalmente pelo fato de ter sido apresentado como uma ruptura com o mundo medieval que estava agonizando na Europa, pautando suas características na cultura greco-romana da Antiguidade Clássica. Dessa forma, o Renascimento foi uma ruptura com a Idade Média, mas que dependeu do trabalho de muitos eruditos deste período para florescer, devido ao trabalho de preservação e reprodução das obras dos pensadores da Antiguidade.
Em contraste com a Idade Média, que produziu uma cultura profundamente religiosa, o Renascimento tinha como elemento central o Humanismo, que valorizava o ser humano, a criação privilegiada de Deus. Dessa forma, o Renascimento pregava o antropocentrismo, que consistia em entender o universo tendo o homem como seu centro, e não mais Deus, como pregado pelo teocentrismo medieval. Frente a esse entendimento do mundo, o homem deveria usar sua razão para conhecer a natureza e as demais coisas existentes. A razão seria ainda um dom de Deus, que aproximava o homem dele através da criatividade e da genialidade, assemelhando as capacidades de ambos, já que Deus criou o homem, o homem poderia criar uma infinidade de coisas.
O Renascimento se desenvolveu primeiramente em algumas cidades italianas, propagando-se posteriormente para o resto da Europa, esse movimento se desenvolveu em várias áreas do conhecimento. Na ciência, destacaram-se Nicolau Copérnico (1473-1543), Giordano Bruno (1548-1600) e Galileu Galilei (1564-1642) pelo desenvolvimento da teoria heliocêntrica, cuja ideia se baseava na centralidade do Sol no universo. Essa ideia era contrária a da igreja que acreditava desde a Antiguidade que a Terra era o centro do universo. Essa concepção ilustrou o renascimento científico, retirando a explicação do mundo e da natureza das mãos da igreja, buscando explicações através de experimentos e do uso da razão.
Na arquitetura, destacou-se Filippo Brunelleschi, que passou a utilizar o cálculo matemático como base de projetos de construção, retomando aspectos arquitetônicos greco-romanos. Na área da política e da organização do Estado, temos Nicolau Maquiavel (1469-1527), que escreveu O Príncipe, uma obra em que ele deu orientações de como um monarca deveria governar para manter um poder forte e centralizado. O termo maquiavélico surgiu do nome desse pensador, apesar de hoje se referir a um aspecto negativo.
Na Literatura, vários foram os escritores que se destacaram, como Dante Alighieri (1265-1321) com a obra A Divina Comédia, Erasmo de Roterdã (1466-1536) com o Elogio da Loucura, Rabelais com Gargantua e Pantagruel, William Shakespeare com muitas peças teatrais, dentre vários outros.
Mas a área da produção artística que mais enche os olhos dos observadores contemporâneos são as pinturas e as esculturas produzidas no período. Pode-se destacar Leonardo da Vinci, com uma grande variedade de atividades, sendo a principal obra a Monalisa. Tem-se ainda Sandro Botticelli, com a genial obra Nascimento de Vênus, em que mistura elementos pagãos e religiosos, nessa obra sua busca pela beleza alcançou o ponto máximo. Há ainda Michelangelo Buonarotti, que trabalhou como pintor e escultor, sobressaindo o teto que pintou na Capela Sistina, no Vaticano, e a escultura Pietá, em que Maria tem nos braços seu filho Jesus. Por fim, pode-se ainda falar de Piter Brueghel, que retratava temas do cotidiano da sociedade, incluindo festas populares e os homens do povo, como é possível ver na tela Dança dos Camponeses, de 1568.
EXERCÍCIOS
O crescimento das cidades é um fenômeno da Europa ocidental a partir do século XI. Tratando sobre a questão, Pierre Vilar afirma:
“As cidades dependiam dos senhores. Mas elas foram mais fortes que as aldeias para discutir com seus amos, rebelarem-se, obter ou impor ‘cartas de franquia’. Coletivamente, continuavam vinculadas ao sistema feudal [...]. Mas em seu território, e sobretudo dentro do recinto dentro da muralha, os habitantes eram livres e participavam da organização coletiva.”
VILAR, Pierre. Do feudalismo ao capitalismo. São Paulo: Contexto, 1992, p. 39.
1-Refletindo sobre essa afirmação, pode-se concluir que:
a) -os moradores da cidade gozavam de significativa autonomia, mesmo submetidos à autoridade dos senhores, que lhes cobravam taxas.
b) -os camponeses da aldeia medieval impuseram aos senhores feudais um documento que garantia autonomia política à comunidade.
c) -os habitantes das cidades libertaram-se de inúmeras obrigações, entre elas a de participarem de corporações de ofício.
d) -as populações urbanas eram isoladas por muralhas que as impediam de estabelecer relações socioeconômicas com o mundo feudal.
2-A formação da burguesia enquanto classe social está relacionada a algumas alterações verificadas durante a Baixa Idade Média. Qual das alternativas abaixo não faz parte dessas alterações?
a) -Crescimento das cidades.
b) -Fortalecimento do artesanato.
c) -Crescimento do comércio
d) -Criação da máquina a vapor.
e) -Desenvolvimento de atividades bancárias.
3-O crescimento do comércio e das cidades na Baixa Idade Média:
a) -consolidou as estruturas feudais, como a economia de subsistência e a suserania.
b) -expandiu as atividades agrícolas, com o declínio do uso de moedas nas trocas.
c)-fez surgir um novo grupo social, ligado às atividades artesanais e mercantis.
d)-permitiu o desenvolvimento do trabalho livre, isento de quaisquer restrições.
e) -criou uma infraestrutura tão adequada, que provocou intenso êxodo rural.
4-O Renascimento, enquanto fenômeno cultural observado na Europa Ocidental no início da Idade Moderna, encontra-se inserido no processo de transição do feudalismo para o capitalismo, expressando o pensamento e a visão de mundos próprios de uma sociedade mercantil e, portanto, mais aberta e dinâmica. Manifestando-se principalmente através das artes e da filosofia, o movimento renascentista tinha como eixo
a) a sabedoria popular e o domínio da maioria, como mecanismo de combate ao poder aristocrático e de oposição aos novos segmentos sociais em ascensão.
b) a oposição a todas as religiões organizadas, pois os princípios religiosos impediam a liberdade de opinião e tornavam o homem alienado. A igualdade jurídica de todos os indivíduos, suprimindo-se os privilégios de classe e equiparando os direitos e obrigações dos cidadãos.
c) a liberdade de trabalho inerente a qualquer pessoa, como instrumento capaz de possibilitar a criação e o crescimento do ser humano, sendo necessário abolir as corporações de ofício.
d) a valorização do homem por sua razão e por suas criações, difundindo a confiança nas potencialidades humanas e superando o misticismo dominante no período medieval.
e) o Racionalismo e o Geocentrismo (convicção de que tudo pode ser explicado pela razão e pela ciência; concepção de que a Terra é o centro do universo).
5-Na Itália Renascentista quem eram os mecenas?
a) -Religiosos que perseguiam os artistas que faziam obras de arte que criticavam os fundamentos da Igreja Católica
b) -Burgueses e governantes que protegiam e patrocinavam financeiramente os artistas renascentistas
c)-Pintores que ajudavam financeiramente os burgueses da época.
d)-Governantes que atuavam como artistas, fazendo esculturas e pinturas
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