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3º ANO C - LÍNGUA PORTUGUESA - ATIVIDADE 3: LEIO, LOGO EXISTO! - PROF° MICAEL - 1º BIMESTRE 2021

Updated: May 5, 2021

Boa noite, galera!



O prazo desta atividade vai até dia 10/03 ( próxima quarta-feira).

As questões e as respostas podem ser escritas num documento "word" que deve ser renomeado com o nome e serie do aluno (Exemplo: MICAEL_SAMEQUE_3TERMOA), ou se optarem pela impressão, respondam, fotografem e enviem as imagens no e-mail <sameque@prof.educacao.sp.gov.br>

Não esqueçam de especificar no assunto do e-mail, de qual atividade se trata (o número e o tema estão em azul, no topo do documento).

Estarei a disposição.




Micael Sâmeque

(11) 9 6359-7501


Atividade em anexo acima para impressão!


ATIVIDADE 3 – LEIO, LOGO EXISTO!


1. Leia o excerto do texto literário “A Escrava Isaura” de Bernardo Guimarães.


A Escrava Isaura

Capítulo 1


Era nos primeiros anos do reinado do Sr. D. Pedro II. No fértil e opulento município de Campos de Goitacases, à margem do Paraíba, a pouca distância da vila de Campos, havia uma linda e magnífica fazenda. Era um edifício de harmoniosas proporções, vasto e luxuoso, situado em aprazível vargedo ao sopé de elevadas colinas cobertas de mata em parte devastada pelo machado do lavrador. Longe em derredor a natureza ostentava-se ainda em toda a sua primitiva e selvática rudeza; mas por perto, em torno da deliciosa vivenda, a mão do homem tinha convertido a bronca selva, que cobria o solo, em jardins e pomares deleitosos, em gramais e pingues pastagens, sombreadas aqui e acolá por gameleiras gigantescas, perobas, cedros e copaíbas, que atestavam o vigor da antiga floresta. Quase não se via aí muro, cerca, nem valado; jardim, horta, pomar, pastagens, e plantios circunvizinhos eram divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás, que davam ao todo o aspecto do mais aprazível e delicioso vergel. [...] A favor desse quase silêncio harmonioso da natureza ouvia-se distintamente o arpejo de um piano casando-se a uma voz de mulher, voz melodiosa, suave, apaixonada, e do timbre o mais puro e fresco que se pode imaginar. Posto que um tanto abafado, o canto tinha uma vibração sonora, ampla e volumosa, que revelava excelente e vigorosa organização vocal. O tom

velado e melancólico da cantiga parecia gemido sufocado de uma alma solitária e sofredora. Era essa a única voz que quebrava o silêncio da vasta e tranqüila vivenda. Por fora tudo parecia escutá-la em místico e profundo recolhimento. Malvina aproximou-se de manso e sem ser pressentida para junto da cantora, colocando-se por detrás dela esperou que terminasse a última cópia.

- Isaura!... disse ela pousando de leve a delicada mãozinha sobre o ombro da cantora.

- Ah! é a senhora?! - respondeu Isaura voltando-se sobressaltada. - Não sabia que estava aí me escutando.

- Pois que tem isso?... continua a cantar... tens a voz tão bonita!... mas eu antes quisera que cantasses outra coisa; por que é que você gosta tanto dessa cantiga tão triste, que você aprendeu não sei onde?...

- Gosto dela, porque acho-a bonita e porque... ah! não devo falar...

- Fala, Isaura. Já não te disse que nada me deves esconder, e nada recear de mim?...

- Porque me faz lembrar de minha mãe, que eu não conheci, coitada!... Mas se a senhora não gosta dessa cantiga, não a cantarei mais.

- Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas que eu conheço. És formosa, e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano. [...] Mas, senhora, apesar de tudo isso, que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... são trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

- Queixas-te da tua sorte, Isaura?...

- Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.


GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. Domínio Público.


Agora, é com você, estudante! Esse texto é um excerto do texto literário (romance) “A Escrava Isaura”, de Bernardo Guimarães. Assim como “Iracema”, a obra em epígrafe marca a época de instauração da prosa romântica no Brasil. Ela foi adaptada para a televisão, no gênero textual novela. Assim, em sua percepção, que aspectos poderiam ser citados quanto às diferenças entre as duas produções artísticas?

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2. De acordo com a leitura dos textos, responda às questões a seguir:

a. Após a análise do trecho literário da obra “Iracema” e do trecho de “A Escrava Isaura”, identifique os elementos inerentes à estrutura do texto literário narrativo, do gênero textual romance.

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b. Identifique as abordagens temáticas, trazidas pelos trechos dos textos literários citados e descreva qual a relação com a história do país, no período de produção dessas obras literárias.

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3. Leia com atenção este fragmento, retirado da obra “A Escrava Isaura”, lido anteriormente:


A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.

- Queixas-te da tua sorte, Isaura?...

- Eu não, senhora; não tenho motivo... o que quero dizer com isto é que, apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.


a. Com base nesse fragmento, podemos identificar quais situações referentes às relações humanas?

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b. Retire desse excerto o fragmento que evidencia a angústia, a dor e o descontentamento da personagem Isaura em relação à sua condição de escrava.

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Boa semana!

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