DEVOLUTIVAS DA ATIVIDADES: professoramariamendes@gmail.com
PORTUGUÊS
Olá alunos!!!
Está é a nossa atividade da semana. Sigam as instruções:
Leiam com atenção;
Respeitem a pontuação;
Escrevam com letra legível;
Enviem as questões e respostas digitadas ou se preferirem façam no caderno, tire foto (com boa definição) e envie para o e-mail professoramariamendes@gmail.com ,sempre com seu nome, número e série.
Prazo de entrega: 15/05/2020 (sexta-feira)
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COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa
Tópico: Grau de adequação ou de inadequação em determinado registro, em diferentes situações do uso da língua
Preste atenção às situações descritas abaixo:
1ª situação: Suponha que a sua escola receberá o Secretário de Educação do Estado e você foi incumbido(a) de recebê-lo. Você, na tentativa de ser o mais simples possível, diante dele e de uma grande multidão, inicia sua fala assim: “É com muita honra que nossa escola hoje recebe o Ilustríssimo Secretário de Educação do Estado...”
2ª situação: Suponha que na sua viagem de ônibus da escola para casa você encontre um amigo de longas datas com quem tem intimidade. Ele se aproxima e você o cumprimenta assim: “Ilustríssimo, prazer em encontrá-lo. Por gentileza sente-se naquela poltrona que se encontra vazia. Qualquer coisa que precisar, pode se dirigir à minha pessoa. Será um prazer a mais atendê-lo. Tenha uma boa viagem, Ilustríssimo.”
Diante das situações apresentadas, chegamos a duas conclusões: a primeira é que você está de parabéns pela recepção adequada, linguisticamente falando, feita ao Secretário de Educação do Estado; a segunda é que você deve deixar o tratamento com “ilustríssimo” apenas para o secretário, pois ele é uma autoridade constituída, sendo ADEQUADO o tratamento. Em se tratando do seu amigo de longas datas, tanto o uso de “ilustríssimo”, como a maneira extremamente formal como você o tratou são INADEQUADAS à situação comunicativa, bem como ao interlocutor. De antemão, gostaria de que inicialmente soubessem que, como falantes nativos, não produzimos sentenças erradas e sim inadequadas, pois ninguém melhor do que nós conhece a língua que falamos.
Modalidades da língua Formal : também chamada de culta ou padrão, corresponde àquele falar tido como “modelar”, que obedece às regras da gramática normativa e não aceita variações de qualquer natureza. A modalidade culta ou padrão é veiculada nos dicionários, nas gramáticas, nos textos literários, técnicos-científicos e jornalísticos e nas redações oficiais do país. É a norma socialmente prestigiada e quem não a utiliza é considerado ignorante, iletrado, caipira ou matuto (o que não é verdade!), tornando-se vítima certa do preconceito linguístico (ANTUNES, 2007).
Informal: Podemos dizer que é a modalidade do dia a dia da maioria das pessoas, que está “na boca do povo”, sem policiamento gramatical. Ao conversamos com pessoas conhecidas, com as quais temos intimidade ou mesmo familiaridade, podemos falar de modo informal, mais popular e menos policiado, pois nosso interlocutor não se chocará com a nossa linguagem. Usamos a modalidade informal geralmente em casa com nossos familiares, com pessoas mais próximas ou em eventos em que não seja obrigatório o uso da modalidade formal, [...]. Não é que seja “errado” dizer ou escrever de modo informal; todavia, há situações de uso da língua (uma redação de vestibular ou do Enem, por exemplo) em que você deverá optar pela formalidade. Ser “poliglota na própria língua”, como sugere o renomado gramático Evanildo Bechara, é saber ADEQUAR os usos da língua às situações comunicativas; é , em outras palavras, “saber trocar o chip linguístico” no momento certo.
Leia em voz alta e comente a citação abaixo:
“Um problema que ronda a linguagem é o hábito de generalizar indiscriminadamente, segundo o qual “tudo vale para tudo”. É de fundamental importância saber discernir o que é adequado a cada situação, para se poder, com eficiência, escolher esta ou aquela norma, este ou aquele padrão vocabular (...)”. (ANTUNES, op.cit, p. 99)
Exercício 1- Comente a (in)adequação dos usos da língua nas situações abaixo respondendo: ADEQUADO ou INADEQUADO
a) Candidato à vaga de emprego durante a entrevista: _Pô meu, esse salário é uma merreca!
b) Paciente diante do médico: _ Meu problema é dor na pá.
c) Filho com a mãe:_Querida, eu te amo tanto!!!
d) Empregado com o patrão: _ Senhor, posso sair mais cedo hoje?
Entendendo a adequação... Para que você compreenda o que queremos dizer quando falamos “adequado e inadequado com os usos da língua”, vai uma metáfora esclarecedora: O que você acharia se passasse no calçadão da praia de Boa Viagem e encontrasse os banhistas usando terno e gravata? E se você fosse convidado para uma cerimônia religiosa e lá os outros convidados estivessem trajados com plumas e paetês? (01 minuto para a resposta!)
Certamente você estranharia ambas as situações, uma vez que elas fogem do nosso padrão comportamental. Nos dois casos, houve inadequação no que tange às vestimentas. Com os usos da língua não é muito diferente. Assim, se você estiver num banquete entre amigos, é ADEQUADO o uso mais informal da língua, com algumas gírias (se preferir) e sem aquele rigor às normas gramaticais. Porém, se você estiver na sua formatura de conclusão de curso e for o orador da turma, é INADEQUADO o uso informal da língua, pois uma formatura é um evento social, com a presença de vários convidados que exigem formalidade. É conveniente que se prime pelo padrão culto da língua. Adequação linguística - ENEM 1998 Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo.
No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte.
Aí, Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação” ? E, no entanto, por que não?
_ Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
_Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
_Como é?
_ Aí, galera. - Quais são as instruções do técnico?
_ Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
_Ahn?
_ É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
_ Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
_ Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
_ Pode.
_Uma saudação para a minha progenitora.
_ Como é?
_ Alô, mamãe!
_Estou vendo que você é um, um...
_Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
_Estereoquê?
_Um chato?
_Isso. (Correio Braziliense, 13/05/1998.)
2- O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:
(A) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe;
(B) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.
(C) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.
(D) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.
(E) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.
3- O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:
(A) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.
(B) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um jovem que fala para um amigo.
(C) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta em uma reunião de trabalho.
(D) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
(E) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacional.
4- A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:
(A) pegá-los na mentira;
(B) pegá-los desprevenidos;
(C) pegá-los em flagrante;
(D) pegá-los rapidamente;
(E) pegá-los momentaneamente.
Bibliografia consultada
ABAURRE, Maria Luiza M; ABAURRE, Maria Bernadete M; PONTARA Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008.
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática. Por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da Língua Portuguesa – com exercícios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
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