ATIVIDADES DE ESTUDO À DISTÂNCIA – LÍNGUA PORTUGUESA
DEVOLUTIVA : prof.dulce.zanei@gmail.com
ATIVIDADE 4 ( ENVIAR ATÉ 25/05/2020 )
IMPORTANTE: Ao enviar o e-mail com as atividades anexadas, não esquecer de preencher no campo " assunto/sujeito " o número da atividade ( Atividade 1, Atividade 2, assim por diante), nome do aluno, ano e turma .
Crônica:
É, em geral, texto curto;
Trata de problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia;
Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos.
As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos;
É organizado em torno de um único núcleo, um único problema;
Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor
A Bola
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro.
Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Baú, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente.
O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse "Legal" mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
Luis Fernando Veríssimo
Faça a interpretação do texto:
1 -Quem são os personagens do texto?
2- Quais são as características do pai? E do filho?
3- Qual o fato narrado no texto?
4- Por que o garoto não se interessou pela bola?
5- Que sugestão é dada ao final do texto para que a “garotada” se interesse por presentes como uma bola?
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