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Olá, pessoal!!
Espero que vocês estejam bem.
Não se esqueçam de colocar nome, número, série e número da atividade.
Data de entrega: até 20/11
O texto a seguir foi retirado do romance satolep, de Vitor Ramil. No romance, o fotógrafo Sélbor - narrador-protagonista - volta para sua cidade natal no dia de seu aniversário de trinta anos e se depara com personagens reais da história de Pelotas (que no título do romance aparece como uma espécie de anagrama), cidade gaúcha em que se passa a história.
Ao chegar à cidade, o narrador sente-se nauseado e vomita, episódio em que é socorrido por um homem que conhecera durante a viagem, o Cubano. O trecho selecionado registra as primeiras impressões que Satolep provoca no narrador.
satolep
Recuperado do mal-estar, deixei-me acolher pela cidade. Saí da estação na companhia do novo amigo, pois ele me recomendara o hotel em que costumava se hospedar. Era para lá que íamos. Atravessamos o largo e embarcamos no segundo andar de um bonde elétrico Imperial, rumo ao centro. Como eu deixara Satolep ainda criança, guardara a imagem de uma cidade maior e mais ampla. Transitar agora vendo do alto as ruas reforçava meu estranhamento de adulto. O Cubano, sem imaginar a presença daquela arquitetura em mim, descrevia tudo com entusiasmo. "A cidade é revestida de ladrilhos hidráulicos, especialmente o interior das casas. O senhor já acompanhou o processo de feitura artesanal dessas peças, com as quais montam-se mosaicos fabulosos? As tintas são derramadas em moldes sobre uma superfície metálica untada. Quando o molde é retirado, o desenho do mosaico aparece imperfeito, como que prestes a se desfazer. Porém, na mistura de cimento e areia que é então colocada e prensada sobre ele, a face do ladrilho surge perfeita, como mágica, com flores azuis, triângulos alaranjados ou fitas espiraladas de contornos definidos. A natureza que acabamos de percorrer de trem são as tintas indóceis na chapa oleosa; Satolep é a magia." Eu olhava a rua sem deixar de prestar atenção no que ele dizia. As pessoas lá fora abriam caminho no resto de luz avermelhada do fim de tarde. Embora seu ritmo fosse acelerado, eu as observava com tanta avidez, que pareciam estar andando devagar. Eram em grande número, mas a luminosidade restava espessa entre elas. Homens enérgicos, concisos, vítreos; mulheres plásticas, nítidas, verticais. O frio os delineava. Seu traçado sobre os ladrilhos ia ficando impresso em minha quietude como os trilhos do trem na suavidade inteiriça de água e céu que eu atravessara ao chegar. O bonde fendia o começo da noite. O Cubano ia falando: "Esta cidade foi construída numa zona de alagados. Quando chove muito as ruas viram rios simétricos. Cada fachada, poste ou monumento passa a ser parte de sua flora rebuscada. As chuvas são frequentes, a umidade é das maiores que há. O senhor sabe o porquê do nome 'hidráulico'? Porque é na água que o ladrilho é curado".
RAMIL, Vitor. satolep. São Paulo: Cosac Naify, 2014. p. 26-271.
OBS.: Há a ocorrência da palavra satolep com inicial minúscula apenas no título. Na história, as referências são a Satolep.
Anagramas são palavras ou frases formadas pelo arranjo de todas as letras de outras palavras ou frases. Exemplo: rato- ator- rota/ Roma- amor- ramo etc.
1) A leitura do texto permite concluir que o narrador está voltando para um lugar que tinha conhecido anteriormente. Copie um trecho do texto que comprova essa afirmativa.
2) Ao caminhar em direção ao hotel, a memória do narrador é ativada por sensações predominantemente visuais. Justifique a afirmativa no caderno.
3) A descrição que o Cubano faz de Satolep destaca quase exclusivamente um elemento da arquitetura da cidade. Responda:
a) Que elemento é esse?
b) Segundo o Cubano, qual é o efeito que esse revestimento provoca no observador da cidade?
4) Esse fragmento do livro satolep é predominantemente descritivo ou narrativo? Justifique sua resposta.
5) Existe também no texto a descrição de um procedimento. Identifique-a e explique como se dá essa descrição.
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