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Writer's pictureClothilde M. ZANEI

EJA- 3ºTC- 3ºTD- HISTÓRIA-PROFESSOR ALBINO ATIVIDADE 1

Devolutiva para albinomoreira@professor.educacao.sp.gov.br , até 14/08/20

Nome____________________________ nº________ Série_____________________ data__________________ atividade : Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial

3. Foram selecionados para a atividade os seguintes materiais, a serem analisados como documentos:

- Trechos de diários, cartas, livros de memórias de combatentes da Primeira Guerra Mundial;

- Trechos do romance Nada de novo no front, de Eric Maria Remarque publicado em 1929; - Breve cronologia da Primeira Guerra Mundial.

5. Os materiais apresentados deverão ser analisados

6. Ao examinar os materiais, cada aluno deve tentar compreender as questões que estão em jogo, os problemas apontados, os argumentos e pontos de vista apresentados, sempre tentando levar em conta o perfil de quem escreve, comenta ou argumenta.

7-Registre sinteticamente observando que os textos devem ser compreendidos como documentos.


a) Que documentos são esses?

b) Por quê e por quem foram produzidos?

c) Com que intenções?

d) Para quem?

e) O que afirmam?

f) O que omitem?

g) O que informam?

8. Recomendações: - Nos testemunhos dos ex-combatentes, procurem identificar que aspectos da Primeira Guerra Mundial são ressaltados

h) afinal, como é a guerra, para eles? –

Comparem os testemunhos dos ex-combatentes ao trecho do romance de Erich Maria Remarque, publicado cerca de uma década depois daqueles testemunhos:

i) quais as suas diferenças e semelhanças?

DOCUMENTO 1

Primeira Guerra Mundial: trechos de diários, cartas, livros de memórias de combatentes

“No alto, nas linhas incompletas, os rapazes ficavam a noite toda — tinha caído muita neve e a chuva completou sua evaporação em água. [...] Uma estaca de madeira ajudara a formar uma camada de terra sobre as paredes encharcadas e um homem pode orgulhar-se disso: parecer parte de uma trincheira. A chuva, a chuva impiedosa, ensopando e entorpecendo — e, assim, passar a noite inteira. [...] Acabo de chegar de um lugar onde jazem 50.000 corpos, ossos e arame farpado por toda parte. Os próprios esqueletos enbranqueciam se alguém saía pela colina terrivelmente atacada e destroçada. Botas e ossos saindo pelas paredes do abrigo da gente — e, no entanto, lá se é feliz.” (sargento Ernest Broughton). “Ainda estou atolado nesta trincheira. [...] Não me lavei, nem mesmo cheguei a tirar a roupa, e a média de sono, a cada 24 horas, tem sido de duas horas e meia. Não creio que já tenhamos começado a rastejar como animais, mas não acredito que me tivesse dado conta se já houvesse começado: é uma questão de somenos.” (capitão Edwin Gerard Venning, França) “As rações chegam às trincheiras inglesas em pacotes de dez, em mulas, e então são levadas adiante por mulas humanas. Não foi trazida água, mas o gelo, das crateras formadas pelas bombas, foi dissolvido para esse fim. [...] Logo passou-se a usar um machado para encher os caldeirões com gelo e obter grandes quantidades de água. Nós a usamos para fazer chá durante vários dias, até que um cara notou um par de botas plantado [...] e descobriu que elas estavam enfiadas em um corpo. [...] Em geral, para dormirmos aquecidos, deitávamo-nos uns junto aos outros, dividindo os cobertores — cada homem levava dois. O frio, no entanto, se mostrou preferível à lama (formada com o degelo). [...] Pelo menos, podíamos nos mover.” (sargento E.W. Simon, rio Somme). “O campo de batalha é terrível. Há um cheiro azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no pântano e nos campos de nabos em crescimento. As pernas de um soldado inglês, ainda envoltas em polainas, irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado com outros; um soldado apóia o seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante. No cemitério de Langermark os restos de uma matança foram empilhados e os mortos ficaram acima do nível do chão. As bombas alemãs, caindo sobre o cemitério, provocaram uma horrível ressurreição. Num determinado momento, eu vi 22 cavalos mortos, ainda com os arreios. Gado e porcos jaziam em cima, meio apodrecidos. Avenidas rasgadas no solo, inúmeras crateras nas estradas e nos campos.” (Rudolf Binding, soldado alemão; trecho extraído do seu livro de memórias, Um fatalista na guerra) “Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não somos revezados. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio inferno!” (De uma carta encontrada no bolso de um soldado alemão na batalha de Somme).

Fonte: ROBERTS, J.M. (org.). História do século XX. São Paulo: Abril, 1974. v.2. Apud: MARQUES, A.M., BERUTTI, F. C., FARIA, R. de M. História contemporânea através de textos. 6 ed. São Paulo: Contexto, 1999. (Textos e Documentos, 5). p.118-120.

DOCUMENTO 2

Primeira Guerra Mundial: trecho do romance "Nada de novo no front", de Eric Maria Remarque

"Nada de novo no front" foi publicado na Alemanha em 1929, e trata da Primeira Guerra Mundial numa perspectiva crítica, de denúncia de seus horrores. Seu autor, Eric Maria Remarque, havia servido no exército alemão e chegou a ser gravemente ferido no conflito. O livro foi proibido durante o regime nazista. Abaixo, trecho contendo reflexões da personagem Paul Bäumer, soldado.

“Estamos no outono. Dos veteranos, já não há muitos. Sou o último dos sete colegas de turma que vieram para cá. Todos falam de paz e armistício. Todos esperam. Se for outra decepção, eles vão desmoronar. As esperanças são muito fortes; é impossível destruí-las sem uma reação brutal. Se não houver paz, então haverá revolução. Tenho catorze dias de licença, porque engoli um pouco de gás. Num pequeno jardim, fico sentado o dia inteiro ao sol. O armistício virá e breve, até eu já acredito agora. Então iremos para casa. Neste ponto meus pensamentos param e não vão mais adiante. O que me atrai e me arrasta são os sentimentos. É a ânsia de viver, é a nostalgia da terra natal, é o sangue, é a embriaguez da salvação. Mas não são objetivos. Se tivéssemos voltado em 1916, do nosso sofrimento e da força de nossa experiência poderíamos ter desencadeado uma tempestade. Mas se voltarmos agora estaremos cansados, quebrados, deprimidos, vazios, sem raízes e sem esperanças. Não conseguiremos mais achar o caminho. E as pessoas não nos compreenderão, pois antes da nossa cresceu uma geração que, sem dúvida, passou estes anos aqui junto a nós, mas que já tinha um lar e uma profissão, e que agora voltará para suas antigas colocações e esquecerá a guerra... E depois de nós crescerá uma geração semelhante à que fomos em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. Seremos inúteis até para nós mesmos. Envelheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente se resignarão e a maioria ficará desorientada: os anos passarão e, por fim, pereceremos todos. Mas talvez tudo que penso seja apenas melancolia e desalento que desaparecerão quando estiver de novo sob os choupos e ouvir novamente o murmúrio das suas folhas. É impossível que já não existam a doçura que fazia nosso sangue se agitar, a incerteza, o futuro com suas mil faces, a melodia dos sonhos e dos livros, os sussurros e os pressentimentos das mulheres. Tudo isso não pode ter desaparecido nos bombardeios, no desespero e nos bordéis. Aqui as árvores brilham, alegres e douradas, os frutos das sorveiras têm matizes avermelhados por entre a folhagem; as estradas correm brancas para o horizonte, os rumores de paz fazem as cantinas zumbirem como colméias.”

Fonte: REMARQUE, Eric Maria. Nada de novo no front. São Paulo: Círculo do Livro, s/d. Apud: MARQUES, A.M., BERUTTI, F. C., FARIA, R. de M. História contemporânea através de textos. 6 ed. São Paulo: Contexto, 1999. (Textos e Documentos, 5). p.121-122.

DOCUMENTO 3

Breve cronologia da Primeira Guerra Mundial

1914 (28 de junho) Assassinato do herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, em Sarajevo.

1914 (28 de julho) A Áustria declara guerra à Sérvia.

1914 (1o. de agosto) A Alemanha declara guerra à Rússia. Nos dias subseqüentes, a Alemanha invade Luxemburgo e a Bélgica, declarando guerra à França em 3 de agosto.

1914 (4 de agosto) A Grã-Bretanha declara guerra à Alemanha.

1914 (5 de agosto) A Áustria declara guerra à Rússia.

1914 (5 de setembro) Início da Batalha do Marne

1915 (18 de janeiro) O Japão envia ultimato à China, ameaçando dominá-la.

1915 (11 de março) A Grã-Bretanha declara o bloqueio da Alemanha.

1915 (23 de maio) A Itália declara guerra à Áustria. 1915 (1o. de junho) Primeiro ataque aéreo a Londres com zeppelins.

1915 (9 de julho) Rendição das colônias alemãs do sudoeste africano. 1915 (5 de agosto) O exército alemão invade Varsóvia.

1916 (21 de fevereiro) Início da Batalha de Verdun.

1916 (27 de agosto) A Romênia entra em guerra contra a Áustria. No dia seguinte, a Itália declara guerra à Alemanha.

1917 (31 de janeiro) A Alemanha anuncia o começo da guerra submarina.

1917 (16 de março) Abdicação de Nicolau II, czar da Rússia, em função dos desdobramentos revolucionários em seu país.

1917 (6 de abril) Os EUA declaram guerra à Alemanha.

1917 (3 de junho) A primeira divisão americana desembarca na França..

1917 (5 de dezembro) Armistício entre a Rússia e a Alemanha.

1918 (8 de janeiro) Wilson, o presidente dos EUA, propõe os "14 pontos" para nortear um programa de paz mundial.

1918 (3 de março) A Rússia assina o tratado de paz de Brest-Litovsky.

1918 (21 de março) Início da grande ofensiva alemã no oeste europeu.

1918 (9 de novembro) Abdicação e fuga do kaiser. Dois dias depois, a Alemanha assina o armistício.

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