Devolutiva até 29/07 para: portuguesnoturnozanei@gmail.com
Roteiro :
Literatura: Modernismo Brasileiro (3)
· Ler atenciosamente as questões de 01 a 10;
· Escolher como resposta a alternativa mais adequada;
· Copiar e enviar SOMENTE a resposta correta e não esquecer o número da questão.
ATIVIDADE DE LITERATURA
MODERNISMO BRASILEIRO 1ª FASE
01. (ENEM 2004) - “Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o
pensamento estético predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
[cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
............................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
(A)critica o lirismo louco do movimento modernista.
(B)critica todo e qualquer lirismo na literatura.
(C)propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
(D)propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
(E)propõe a criação de um novo lirismo.
Instruções: As questões de números 02 e 03 referem-se ao poema abaixo.
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
― Sois cristão?
― Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
― Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
(Oswald de Andrade)
02. (ENEM 2004) - Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é
(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras –
portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a
formação da identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade
da formação cristã do Brasil como causa da predominância
de elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros,
representando de modo positivo apenas o elemento
europeu, vindo com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
03. (ENEM 2004) - A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do
(A) poeta e do colonizador apenas.
(B) colonizador e do negro apenas.
(C) negro e do índio apenas.
(D) colonizador, do poeta e do negro apenas.
(E) poeta, do colonizador, do índio e do negro.
04. (Enem 2011) - Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar 1967.
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados
profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o
lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
a) o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros
urbanos, o que revela sua nostalgia com relação à cidade.
b) a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela
observação da aparente inércia da vida rural.
c) opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de
meditação sobre a sua juventude.
d) a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera
insegurança.
e) a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da
morte.
05. (Enem 2010) - Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do
século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas
europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas
nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a
natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas,
defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
06. (Enem 2007)
Antonio Rocco. Os imigrantes, 1910,
Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II –
Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.
Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração européia para o Brasil, é correto afirmar que
a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto,
otimista.
b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de
argentinos para o Brasil.
c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante
era melhor que a dos ex-escravos.
TEXTO I PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O CANTO DO GUERREIRO
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
- Ouvi-me, Guerreiros,
- Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
- Guerreiros, ouvi-me;
- Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
TEXTO II
MACUNAÍMA
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo
Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia
mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
07. (Enem 2007) A leitura comparativa dos dois textos indica que
a) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica, como símbolo máximo do
nacionalismo romântico.
b) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é
discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.
c) as perguntas "- Quem há, como eu sou?" ( verso 10. Texto I) e "Quem podia saber do Herói?" (texto II) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
d) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio
dos povos indígenas como resultado do processo de colonização
no Brasil.
e) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam
expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo
texto.
08. Assinale a única alternativa cujas afirmações não se aplicam
à obra Macunaíma de Mário de Andrade:
a) Como romance regionalista, a obra merece ser encaixada no chamado “ciclo da cana-de-açúcar, de que é considerada como exemplo mais representativo em nossa literatura.
b) Apresenta o emprego mesclado da fala de diversas regiões brasileiras, numa espécie de língua “plural, desregionalizada, polifônica” .
c) A personagem principal surge como a síntese de um suposto modo de ser brasileiro: luxurioso, ávido, preguiçoso e sonhador.
d) A personagem principal não tem um caráter definido, metamorfoseando-se por diversas vezes ao longo do relato.
e) Não se encaixa necessariamente em um só gênero literário, embora seja, às vezes, considerada como romance e o próprio autor a tenha rotulado de “rapsódia”.
09. Apenas uma das características abaixo não pertence à primeira fase do Modernismo. Assinale-a:
a) Poesia anárquica, destrutiva.
b) Predomínio da prosa sobre a poesia.
c) Temática nacionalista extremada.
d) Valorização da criatividade pessoal.
e) Cultivo do poema-piada, ridicularizando escolas anteriores.
10. “Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente. ‘Tupi or not tupi, that is the question’” - o
trecho caracteriza um manifesto e um dos mais importantes
autores do Modernismo. Indique-os:
a) Pau-Brasil _ Oswald de Andrade;
b) Verde-Amarelo _ Mário de Andrade;
c) Antropofagismo _ Mário de Andrade;
d) Antropofagismo _ Oswald de Andrade;
e) Espiritualismo _ Tasso da Silveira
Gabarito: 3°TA e 3º TB - 2º Bim – Português – Prof. Nilva - ATIVIDADE 3
Questão / Alternativa
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